terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

“Reflexões sobre a morte e o morrer”


Todos os dias, sonhamos com grandes projetos, realizações e conquistas. Planejamos comprar a casa própria, o carro do momento, fazer uma faculdade que nos dê projeção e, é claro, casar com alguém muito especial.

No entanto, é interessante notar que sempre estamos nos preparando para um futuro totalmente incerto, mas nunca estamos preparados para aquilo que é inevitável, certeiro e determinado a todos nós: a morte.

Para o naturalista, a morte é a extinção da personalidade e da individualidade; para o existencialista, é o fim de tudo; todavia, para o cristão, é a porta de entrada para a vida eterna com Deus. Apesar disso, quando alguém querido está em profundas dores no hospital, não pensamos duas vezes em pedir a Deus que o cure.

Aliás, nessas horas, nem passa pelas nossas mentes limitadas que o plano de Deus seja conduzir o moribundo à Eternidade. Para alguns, isso pode parecer falta de fé! Mas quem disse que aqui é o melhor lugar para se estar? Então, às vezes, tenho a impressão de que somos existencialistas e naturalistas na prática e cristãos na teoria.

Certa vez, quando estudava no colégio Instituto Metodista de Petrópolis, a professora de religião veio nos contar que um dos nossos colegas havia falecido naquela manhã. Ela repetiu as últimas palavras dele a sua mãe: “Mãe, não chore, não! Eu estou indo me encontrar com Jesus”. Começou a cantar um hino de adoração e expirou.

Há algum tempo, minha mãe me ligou, para me avisar que o Bispo da Igreja Metodista Wesleyana havia falecido. Antes da sua partida, muitos o visitaram para consolá-lo, não obstante eram eles que saíam consolados e abençoados. Cantando hinos e dizendo que estava indo se encontrar com Jesus, partiu gloriosamente.

Recentemente, o pai de um amigo de seminário faleceu. Um homem exemplar. Missionário há mais de 40 anos. Uma vida dedicada às coisas do alto. Antes de sua partida, ele falou para sua esposa o seguinte: “sonhei essa noite que Jesus vinha me buscar. Ele é lindo!”.

Nessas experiências de morte, percebi que o mais importante não é quantos anos vivemos ou de que forma morremos – acidente, doença ou morte natural. Mas, sim, como vivemos, para que vivemos e para quem vivemos.

William Wallace, certa vez, disse: “todo homem morre, mas nem todo homem vive”. O apóstolo Paulo, no entanto, foi muito mais além ao nos apresentar uma causa maior: “... se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor”. (Romanos 14.08).

Estejamos sempre VIVOS e que Deus nos abençoe!

Um comentário:

  1. "a vida é mesmo coisa muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância diante da eternidade do amor de quem se ama" (Nando Reis)


    São essas experiências com a morte que ensinam sobre o morrer, sobre o valor da vida e a tênue linha que divide o que é eterno do que é efêmero

    Abraço
    Nii

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